terça-feira, 23 de abril de 2013

Esporte - "Vitalício", Leoz renuncia a comando da Conmebol e Comitê da Fifa


Em comitê da Fifa, dirigente deve ser substituído por Grondona ou Del Nero Foto: Getty Images
​O paraguaio Nicolas Leoz comunicou à Fifa nesta terça-feira que abandonará seu cargo no comitê executivo do órgão, no qual estava presente desde 1986.  Em nota oficial, a entidade anunciou também que Leoz deixa a presidência da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).


A decisão foi tomada por conta de problemas relacionados
a sua quarta operação no coração, disse uma fonte com conhecimento da decisão. O dirigente, 84 anos, presidia a entidade sul-americana desde que foi eleito pela primeira vez em maio de 1986.


“A Fifa foi comunicada da saída formal de Nicolás Leoz como membro de seu comitê executivo e da presidência da Conmebol (Confederación Sudamericana de Fútbol) por motivos de saúde e pessoais. Nicolás Leoz informou a Fifa de sua decisão por carta”, disse a entidade em comunicado oficial divulgado na tarde desta terça-feira.


“Em concordância com os estatutos da Fifa (artigo 30, parágrafo 9), a Conmebol terá que decidir imediatamente o substituto de Nicolás Leoz como um dos representantes no comitê executivo da Fifa pelo período restante no cargo", completa o comunicado.


A vaga, que era do paraguaio desde 1998, será ocupada por um dirigente sul-americano a ser nomeado nos próximos dias. Os outros delegados da Conmebol na Fifa são o argentino Julio Grondona (presidente da Associção de Futebol Argentino) e o brasileiro Marco Polo del Nero, que substituiu seu compatriota Ricardo Teixeira (ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol).


A saída já tem inclusive data marcada: a próxima terça-feira. "Motivos muito especiais me impedem de continuar no cargo. Ainda tenho saúde mental, mas fisicamente estou impedido", disse, em entrevista coletiva. "Em 30 de abril colocarei o meu cargo de presidente da Conmebol à disposição dos presidentes das outras federações", completou Leoz em pronunciamento transmitido pelas rádios do Paraguai.


Para deixar a presidência da Conmebol, Leoz convocará tal reunião com os presidentes das dez federações filiadas na próxima terça-feira, onde colocará os motivos que o levarão à uma eventual renúncia.


Leoz foi submetido em novembro do ano passado à uma cirurgia para corrigir uma obstrução em uma de suas artérias. A operação foi realizada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Nicolás Leoz: o cabeça polêmico do futebol sul-americano

Nascido em 10 de setembro de 1928, Nicolás Leoz Almirón era presidente da Conmebol desde 1986. Em 26 anos à frente da entidade máxima do futebol sul-americano, o dirigente colheu sucessos com clubes, mas viu a organização e seus torneios sofrerem com questionamentos e diversas denúncias.


Jornalista e advogado de formação, Leoz passou a circular no meio esportivo local em 1957, quando assumiu um cargo na Confederação Paraguaia de Basquete – deixou o posto, porém, dois anos depois. No fim da década seguinte, assumiu a presidência do Libertad, seu clube de coração, mas deixou a equipe do bairro de Las Mercedes já no ano seguinte, em 1970.


Em 1971, Nicolás Leoz chegou à presidência da Associação Paraguaia de Futebol (APF), posto que ocupou por dois anos. Neste período, chegou pela primeira vez à cúpula da Conmebol, assumindo a vice-presidência entre 1972 e 1974. De volta ao posto máximo do Libertad entre 1974 e 1977, deixou a equipe para voltar à federação nacional em 1979.


Na década de 80, voltou a ser vice-presidente da Conmebol, cargo que ocupou até 1986 – um ano antes, deixou mais uma vez a presidência da APF. Então, em 1986, foi eleito pela primeira vez à presidência do órgão que comanda o futebol da América do Sul, sucedendo ao peruano Teófilo Salinas Fuller – que, por sua vez, presidiu a Conmebol entre 1966 e 1986.


Reeleito cinco vezes na presidência, Leoz passou a se complicar em 2010, após denúncias da rede de TV britânica BBC a respeito da negociação de direitos de TV da Copa do Mundo – o paraguaio teria recebido cerca de US$ 730 mil irregulares na venda das transmissões. O dirigente jamais se pronunciou oficialmente sobre o caso.
 
 
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Terra

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